terça-feira, 25 de setembro de 2012

W.

Hoje de manhã peguei o ônibus junto com um homem que usava um perfume como o dele. Aquele perfume que eu comprei, mas que no fim ele insistiu e pagou para me poupar. Quis abraçar aquele estranho por me proporcionar aquele alívio, ou tortura, não sei ao certo. Depois de todos esses meses sem sequer uma notícia sua, me questionava se você realmente havia passado por mim, pela minha vida. Você não havia deixado nenhum vestígio, nada. Nenhuma válvula de escape para que eu pudesse puxar quando não suportasse mais essa sua ausência sem fim.
E ao sentir aquele cheiro - tão bom -, imediatamente lembrei do seu rosto sereno e me questionei se realmente havia te esquecido. Muito obrigada, meu Deus. Eu o esqueci. E depois de muito tempo sem pensar em você, pude ter a certeza de que você foi real. Seu cheiro estava ali e eu o sentira. E foi muito bom constatar que já não me afeta mais. Gostaria que você soubesse... 
O sorriso que exibo no rosto não esconde mais nenhum sofrimento e não sinto mais aquele sufoco de tanta saudade, de vontade de te ver. Foi-se o tempo, meu bem.



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